Ao Cadáver

Ao cadáver

Olhares apreensivos e tamanha curiosidade. Sobre ele não tínhamos conhecimento quanto a sua identidade, seus sentimentos, seus sonhos, seus desejos, sua história. Sabíamos apenas que da união de duas almas nasceu, e cresceu embalado por braços atenciosos, repletos de carinho e fé. Àquele que em cujo peito lágrimas não foram derramadas; a quem flores não foram ofertadas; por quem velas não foram acesas. E que, quando suas dores e queixas não mais poderiam ser atendidas, concedeu dignamente seu corpo para compor o nosso maior e mais significante meio de estudo e aprendizado. Obrigado por permitir que nossos conhecimentos fossem instrumentos de ajuda ao próximo, por nos proporcionar uma viagem fascinante por toda a anatomia humana, e por descobrirmos o quanto somos ínfimos diante de seu compromisso para com aqueles cujas almas em terra ainda permanecem. A você, registramos toda a nossa atenção, respeito e especial admiração!