Aos Pais Ausentes

“Por tudo que nos deste, obrigado. Não te direi adeus, de vez que acordaste em mim com uma exatidão nunca sonhada. Por muito tempo achei que a ausência é falta. E lastimava, ignorante, a falta. Hoje não a lastimo. Não há falta na ausência. A ausência é um estar em mim. E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada em meus braços, que rio, danço e invento exclamações alegres, porque a ausência, essa assimilida, ninguém a rouba mais de mim.”

(Carlos Drummond de Andrade)

 

Já não podemos sentir a sua presença física, mas os laços de amor que nos unem são tão fortes que permanecem firmes e inabaláveis até hoje. Não poderíamos, em uma ocasião tão importante em nossas vidas, esquecer aqueles que se tornaram inesquecíveis para nós. O processo da perda foi doloroso, pensávamos que não conseguiríamos superá-lo… Porém, sabemos que, se presentes aqui, eles seriam os primeiros a nos incentivar a seguir em frente e a combater o bom combate até que alcançássemos a vitória! De igual forma, seriam eles os primeiros a comemorar e a se alegrarem por ela, pois, mesmo quando nem ao menos nós mesmos acreditávamos em nosso potencial ou em quem éramos, eles nunca deixaram de depositar em nós sua confiança. Hoje, infelizmente, eles já não estão mais aqui para poder contemplar os nossos bons frutos e regozijar conosco, mas a sua alentadora memória está, e a ela homenageamos, como uma mostra de gratidão àqueles que sempre estiveram presentes, sempre perto, mesmo estando tão longe!